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Miúdos Seguros Na Net - Promover a Segurança de Crianças e Jovens na Internet

Minimizar Riscos, Maximizar Benefícios.

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Minimizar Riscos, Maximizar Benefícios.

Projecto de Regulamento Geral Europeu de Protecção de Dados: o Debate

Tito de Morais, 14.12.15

#13TO16PRIVACY

 #13to16Privacy

SUMÁRIO

 

Os decisores políticos da União Europeia estão a pensar introduzir uma nova lei significando que qualquer pessoa com idade inferior a 16 anos de idade terá de obter a permissão dos seus pais antes de aceder à Internet. Esta política está a ser atualmente considerada e a UE chegará a um conclusão durante esta semana.

Se também está preocupado/a com isso pelas razões explicadas abaixo, por favor aja rapidamente das seguintes formas para nos ajudar a incentivar os decisores políticos da UE a repensar esta decisão:

1. Assine a petição e incentive outros a fazerem o mesmo: ASSINAR PETIÇÃO

2. Envolva-se no debate nos médias sociais usandos as hashtags #13To16Privacy #KidsPrivacy

3. Adicione o apoio da sua organização à mensagem escrita por Janice Richardson, enviando um email para 13to16@miudossegurosna.net ou publicando nos comentários abaixo.

 


 

Gostariamos de partilhar a nossa preocupação relativamente à modificação da redacção do projecto do Regulamento Geral de Protecção de Dados que tornará necessário que qualquer pessoa menor de 16 anos de idade obtenha o consentimento parental antes de usar os serviços da sociedade da informação. Como especialistas na segurança e bem estar das crianças online, consideramos que alterar o requisito de consentimento parental dos 13 para os 16 anos de idade privaria os jovens de oportunidades educativas e sociais de diversas formas, sem com isso fornecer maior (muito provavelmente até menor) protecção, e desejamos protestar nos termos mais fortes e solicitamos que urgentemente reconsiderem esta decisão. Como profissionais nos sectores da educação e da protecção das crianças, temos acompanhado as evoluções da redacção do texto do projecto do Regulamento Geral de Protecção de Dados ao longo de um período de quase 4 anos, desde Janeiro de 2012. A versão original do texto proposto pela Comissão Europeia e a versão alterada pelo Parlamento Europeu  definiu o requisito de idade para consentimento dos pais aos 13 anos para as crianças que desejam utilizar os serviços da sociedade da informação. Passar a idade de 13 para 16 representa uma grande mudança na política sobre a qual aparentemente não houve nenhuma consulta pública.

 

As conseqüências da mudança proposta é muito significativa para a sociedade Europeia. Eis algumas das áreas que acreditamos que precisam ser discutidas antes que tal mudança deva ser considerada.

 

Desenvolvimento da criança - apesar da navegação no mundo online, seja como adolescente ou como pai, não acontecer sem desafios, a investigação bem estabelecida sobre o desenvolvimento da criança mostra que, ao atingir a adolescência, as crianças são curiosas sobre o mundo que as rodeia e aprendem a exprimir-se e a interagir com segurança e confiança com os amigos online. Os adolescentes precisam da orientação dos seus pais e de outros adultos de confiança, ​​e os serviços online deveriam trabalhar para fornecer ferramentas que ajudem os adolescentes a fazer as escolhas certas sobre a sua segurança e privacidade. Dadas as ferramentas e orientações corretas, os adolescentes podem desenvolver competências críticas de auto-expressão e gestão de relacionamentos no ambiente online. Investigações recentes indicam que os adolescentes são em geral muito bem informados sobre como controlar a informação que partilharam online - mais até do que muitos adultos.

 

Aprender a usar plataformas da sociedade da informação de forma responsável na escola - a investigação também mostra que as escolas escolas desempenham um papel importante na orientação das crianças e adolescentes quanto ao uso seguro e responsável das plataformas da sociedade da informação, tais como os média sociais (http://www.eun.org/teaching/smile). Como a sociedade, incluindo as instituições governamentais, usa de forma crescente os média sociais para divulgar informações importantes, tais plataformas desempenham um papel integral ao ajudar ao desenvolvimento das competências de literacia de que os jovens necessitam para desempenhar um papel activo no mundo de hoje e de amanhã. A camada adicional de burocracia necessária para obter a permissão parental antes que qualquer professor possa usar as ferramentas da sociedade da informação na sala de aula com crianças menores de 16 anos de idade minaria qualquer possibilidade das escolas cumprirem esse papel. Ao mesmo tempo, impediria o fluxo valioso de orientação que os jovens são capazes de levar para casa para informar os seus pais e irmãos.

 

Construir com base em anos de boas práticas na oferta serviços online para crianças com 13 ou mais anos de idade - dada a prevalência da Internet na sociedade moderna, os adolescentes com 13 ou mais anos de idade têm de há muito usado serviços online para aceder a informações importantes sobre eventos atuais, realizar pesquisas para os seus trabalhos escolares, e para se expressarem sobre questões de importância social, política e cultural, sem ser obrigados a obter o consentimento parental de cada vez que usam uma nova aplicação ou website. Estes são direitos fundamentais, tal como expressos nos artigos 12, 13 e 14 da Convenção dos Direitos da Criança adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e ratificada por Portugal (https://www.unicef.pt/docs/pdf_publicacoes/convencao_direitos_crianca2004.pdf) e pelo recente publicação do Conselho da Europa (http://www.coe.int/en/web/internet-users-rights/children-and-young-people), ambas sublinhando a importância das crianças terem o direito a fazer ouvir a sua voz em decisões com impactos no seu futuro, tais como os requisitos de idade para o consentimento parental.

 

Fornecer serviços críticos de apoio online a crianças com 13 e mais anos de idade - infelizmente, sabemos que alguns pais nem sempre agem no melhor interesse de seus filhos. A Internet pode representar uma tábua de salvação para as crianças obterem a ajuda de que necessitam quando sofrem de abuso, quando estão a viver com parentes viciados em drogas ou álcool, ou quando procuram serviços de apoio LGBT confidenciais, para referir apenas alguns. Embora a nova proposta faça uma excepção para serviços de aconselhamento directo, sabemos que o apoio dos pares através de plataformas de médias sociais é muitas vezes mais importante para os jovens que se encontram sob coacção física ou mental e que podem ser o ponto de inflexão para os encorajar a procurar ajuda profissional.

 

Este limite de idade mais elevado pode incentivar as crianças entre os 13 e os 15 anos de idade a mentir sobre a sua idade - crianças com 13 anos de idade ou mais, há muito que acedem a serviços online; uma mudança repentina e artificial a este limiar provavelmente resultará em que muitas crianças entre os 13 e os 15 anos de idade mintam quanto à sua idade a fim de continuar a aceder a serviços online - em vez de pedir o consentimento aos seus pais. Este desenvolvimento tornaria muito mais difícil aos serviços online oferecer às crianças a orientação adequada à idade e ferramentas que assegurem uma experiência online segura e privada-protegida.

 

Os serviços online têm proporcionado às crianças um lugar seguro para explorar e aprender e, de facto, de acordo com o renomado investigador Dr David Finkelhor (http://www.pennlive.com/opinion/2014/12/hey_parents_the_kids_are_alrig.html), parecem ter tido um impacto significativamente positivo em muitos aspectos ao nível da segurança e do comportamento. Como podemos garantir que os elementos referidos acima são levados em linha de conta, não tornando mais difícil às crianças com idades entre os 13 e os 15 anos continuar a usar a Internet destas formas positivas, como o têm vindo a fazer desde há muitos anos? Compreendemos que as negociações sobre o texto se encontram no seus estágios finais. Os negociadores deveriam ou reabrir o debate para que especialistas como nós se possam pronunciar, mas também organizações parentais, educadores e os próprios jovens possam participar, ou podem reverter a decisão para os 13 anos de idade previamente acordados.

 

Janice Richardson, especialista da ITU e do Conselho da Europa, ex-coordenadora da rede European Safer Internet, Luxembourgo
SOS il Telefono Azzurro, Itália
Family Online Safety Institute (Reino Unido)
Diana Award, Reino Unido
Pablo García Mexía, J.D., PhD.Digital Advogado/Professor Universitário, Espanha
Cyberhus, Dinamarca
Save the Children, Finlândia
Tito de Morais, fundador do Projecto MiudosSegurosNa.Net, Portugal
Elizabeth Molvidov, advogada especializada em Direitos da Crança, França
Ellen Stassart, ex-Chief Officer da Child Focus, Bélgica
Spunout, Irlanda
Fler Unga, (Mais Juventude), Suécia
Applied Research and Communications Fund, Coordenadora do Centro Internet Segura, Bulgária
Our Clubs, Reino Unido
YouthNet, Reino Unido
London Youth, Reino Unido
Get Connected, Reino Unido

Mito #10: As crianças conseguem contornar o software de segurança

Tito de Morais, 27.09.11
Imagem: Mito #10 - Fonte da imagem: http://sxc.hu/photo/21223

Na sequência da publicação anterior, este é o décimo mito referido no relatório do projecto EuKidsOnline.

 

De facto, apenas 28 por cento dos jovens dos 11 aos 16 anos dizem que conseguem alterar as preferências de filtragem. E a maioria diz que aquilo que os seus pais dizem sobre a sua utilização da Internet é útil (muito para 27 por cento, pouco para 43 por cento). Todavia, é verdade que quase metade acha que as acções dos seus pais limitam as suas actividades online, enquanto um terço diz que ignora os seus pais (muito para 7 por cento, um pouco para 29 por cento).

 

Como todos as generalizações, esta também é perigosa. No entanto, discordo que seja um mito, sobretudo se estivermos a falar de adolescentes. Considero 28% uma percentagem elevada, tal como considero um valor elevado os 43 por cento dos jovens que consideram pouco útil aquilo que os pais dizem sobre a sua utilização da Internet. O que me parece relevante deixo aqui em forma de dica: Nenhum software substitui o acompanhamento parental. Apoie, incentive e estimule o desenvolvimento do pensamento crítico das suas crianças e jovens. O melhor filtro de segurança na Internet de uma criança/jovem é a sua massa cinzenta. Este “software” vem pré-instalado em todas eles, é compatível com todos os sistemas operativos, pode-se actualizar continuamente e, melhor de tudo, é gratuito!

 

Veja a análise dos restantes mitos, seguindo as ligações abaixo:

  1. Os nativos digitais sabem tudo
  2. Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo
  3. Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos
  4. Toda a gente está a ver pornografia online
  5. Os bullies são vilões
  6. As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos
  7. Riscos offline migram para o online
  8. Colocar o PC na sala de estar ajudará
  9. Ensinar competências digitais reduzirá o risco
  10. As crianças conseguem contornar o software de segurança
Os comentários são bem vindos.

 

Mito #9: Ensinar competências digitais reduzirá o risco

Tito de Morais, 27.09.11
Imagem: Mito #9 - Fonte da imagem: http://sxc.hu/photo/1177618

Na sequência da publicação anterior, este é o nono mito referido no relatório do projecto EuKidsOnline.

 

Mais competências está associado a mais, e não a menos, risco – porque mais uso leva a mais competências, mais competências leva a mais oportunidades, e oportunidades estão associadas a risco. Uma das razões porque as oportunidades e os riscos estão ligados é porque as crianças devem explorar e encontrar algum risco para aprenderem e ganhar resiliência. Outra é que explorar para informação ou divertimento leva a riscos inesperados porque o ambiente online não é concebido com os interesses da criança em mente (demasiados pop-up’s, por exemplo). Mas mais competências podem reduzir o dano que algumas crianças experienciam do risco online.

 

Tendo a concordar. Ensinar mais competências digitais não reduz o risco, mas podem como refere o texto, reduzir o dano que algumas crianças experienciam do risco online. Numa abordagem pela positiva, prefiro: Incentive, apoie e estimule a aquisição de competências digitais pelos seus filhos, pois elas poderão reduzir o dano resultante de riscos online.

 

Veja a análise dos restantes mitos, seguindo as ligações abaixo:

  1. Os nativos digitais sabem tudo
  2. Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo
  3. Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos
  4. Toda a gente está a ver pornografia online
  5. Os bullies são vilões
  6. As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos
  7. Riscos offline migram para o online
  8. Colocar o PC na sala de estar ajudará
  9. Ensinar competências digitais reduzirá o risco
  10. As crianças conseguem contornar o software de segurança
Os comentários são bem vindos.

Mito #8: Colocar o PC na sala de estar ajudará

Tito de Morais, 27.09.11
Imagem: Mito #8 - Fonte da imagem: http://sxc.hu/photo/1087519

Na sequência da publicação anterior, este é o oitavo mito referido no relatório do projecto EuKidsOnline.

 

53 por cento estão online em casa de amigos, 49 por cento estão online nos seus quartos e 33 por cento através de um telemóvel ou dispositivo portátil. Portanto, este conselho é desactualizado. Seria melhor aconselhar os pais a falarem com os seus filhos sobre a Internet ou a partilhar uma actividade online com eles.

 

Discordo que seja um mito e não me parece desactualizado. O número de jovens que usa o computador no quarto ainda é elevado e o que usa dispositivos móveis ainda é relativamente baixo, sobretudo no caso do telemóvel, dado os ainda elevados custos de acesso à Internet através destes dispositivos. Colocar o PC num espaço comum da casa contribui para uma utilização da Internet em família, facilita partilha de experiências e permite que se continue a ter vida em família, o que é muito mais complicado se cada um estiver com o seu portátil no seu quarto. Acresce que, quando os amigos dos meus filhos estão cá em casa, estão sob a minha responsabilidade, pelo que se os computadores dos 53 por cento dos amigos dos nossos filhos em casa de quem eles acedem estiverem na sala, acharia bem melhor. Além do mais, ter o computador num espaço comum da casa facilita o conselho referido no final do texto e que me parece ser o relevante: fale com os seus filhos sobre a Internet ou partilhe uma actividade online com eles. Para facilitar esta tarefa, deixo-lhe dois artigos: “Dê Início à Conversa” e “7 Coisas Para Fazer Com os Seus Filhos na Net”.

 

Veja a análise dos restantes mitos, seguindo as ligações abaixo:

  1. Os nativos digitais sabem tudo
  2. Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo
  3. Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos
  4. Toda a gente está a ver pornografia online
  5. Os bullies são vilões
  6. As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos
  7. Riscos offline migram para o online
  8. Colocar o PC na sala de estar ajudará
  9. Ensinar competências digitais reduzirá o risco
  10. As crianças conseguem contornar o software de segurança

 Os comentário são bem vindos.

Mito #7: Riscos offline migram para o online

Tito de Morais, 27.09.11
Imagem: Mito #7 - Fonte da imagem: http://sxc.hu/photo/967845

Na sequência da publicação anterior, este é o sétimo mito referido no relatório do projecto EuKidsOnline.

 

Bem, em parte as provas suportam isto e é importante – as crianças a que reportam mais riscos offline de vários tipos são mais propensas a encontrar mais riscos online e, significativamente, mais propensas a danos resultantes de experiências online. Mas, o risco offline não prevê todos os riscos que se encontram online, logo não se deve assumir que as crianças não identificadas como estando em risco offline não estão em risco online. Ainda não conhecemos todos os factores que são responsáveis por danos online e é importante ver os riscos online e offline no seu contexto.

 

De acordo. Como costumo afirmar, com base em estudos anteriores, as crianças e jovens que têm comportamentos de risco offline, provavelmente irão tê-los também online. No entanto, tal não quer dizer que aqueles que não têm comportamentos de risco offline, não os tenham online. O mito, então, será: crianças que não estão em risco offline, não estão em risco online. Assim, a dica que deixo: Só porque os seus filhos não têm comportamentos de risco offline, não quer dizer que não os tenham online. E reforçando o que afirmei relativamente ao mito #3, esteja atento porque ss filhos precisam de pais offline e online e a família deve ser família offline e online.

 

Veja a análise dos restantes mitos, seguindo as ligações abaixo:

  1. Os nativos digitais sabem tudo
  2. Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo
  3. Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos
  4. Toda a gente está a ver pornografia online
  5. Os bullies são vilões
  6. As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos
  7. Riscos offline migram para o online
  8. Colocar o PC na sala de estar ajudará
  9. Ensinar competências digitais reduzirá o risco
  10. As crianças conseguem contornar o software de segurança

 Os comentários são bem vindos.

Mito #6: As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos

Tito de Morais, 26.09.11
Imagem: Mito #5 - Fonte da imagem: http://sxc.hu/photo/815107
Na sequência da publicação anterior, este é o sexto mito referido no relatório do projecto EuKidsOnline.

 

A maioria (87 por centos) dos jovens entre os 11 e os 16 anos de idade estão em contacto online com pessoas que conhecem presencialmente. Quatro em cada dez têm contactos online que conheceram online mas que estão ligados aos seus amigos ou familiares. Um quarto está em contacto com pessoas não relacionadas com o seu círculo social e 9 por cento encontrou-se offline com alguém que conheceu primeiro online. Poucos foram desacompanhados ou conheceram alguém mais velho e apenas um por cento teve uma experiência negativa. O desafio é proteger as crianças de ocorrências raras mas prejudiciais, sem limitar as oportunidades da maioria.

 

De acordo. É um mito. Logo, a solução não é aconselhar a não se aceitarem contactos online de estranhos ou encontros presenciais com estranhos, e esses contactos e encontros acontecerem nas nossas costas e sem nosso conhecimento, mas adoptar uma nova abordagem. E esta parte do texto não fornece indícios sobre uma possível abordagem. Aqui fica a minha dica: Aprenda e ensine os seus filhos a categorizar os seu contactos online e a pensar neles e a publicar conteúdos em função de uma pirâmide de confiança. E como mais vale prevenir que remediar, deixe claro que estará sempre disponível para os(as) acompanhar para encontros presenciais com pessoas que só se conhecem online. E que tais encontros só devem acontecer num local público, na sua presença (ou de um adulto da sua confiança). O mito aqui é a de que todos os estranhos são pessoas mal intencionadas. Tal percepção poderá inclusive funcionar contra uma criança que se veja numa situação de aflição em só possa ser auxiliada por um estranho.

 

Veja a análise dos restantes mitos, seguindo as ligações abaixo:

  1. Os nativos digitais sabem tudo
  2. Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo
  3. Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos
  4. Toda a gente está a ver pornografia online
  5. Os bullies são vilões
  6. As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos
  7. Riscos offline migram para o online
  8. Colocar o PC na sala de estar ajudará
  9. Ensinar competências digitais reduzirá o risco
  10. As crianças conseguem contornar o software de segurança
Os comentários são bem vindos.

Mito #5: Os bullies são vilões

Tito de Morais, 26.09.11
Imagem: Mito #5 - Fonte da imagem: http://sxc.hu/photo/596276

Na sequência da publicação anterior, este é o quinto mito referido no relatório do projecto EuKidsOnline.

 

A maioria (60 por cento) dos agressores – online ou offline – já foram eles próprios vítimas de agressões por terceiros e 40 por cento dos agressores online já foram agredidos online. Mas aqueles que já agrediram e foram agredidos online, tendem a ser psicologicamente mais vulneráveis, sugerindo um ciclo vicioso de comportamento que prejudica tanto a vítima quanto o agressor.

 

Aqui discordo. Os bullies, são mesmo vilões. O facto da maioria ou grande parte dos agressores – online ou offline - já terem sido vítimas de outros agressores não pode servir de desculpa para as suas acções indesculpáveis. Do mesmo modo que o facto de muitos abusadores sexuais já terem sido, eles próprios, vítima de abuso, não pode servir de atenuante, acho que o mesmo se aplica ao bullying. Seja online ou offline. O ciclo vicioso a que o texto alude não é mito. É uma realidade. E é uma realidade que não se combater com compreensão, mas com tolerância zero. Se há algo que tal deve despertar em nós, não é compreensão, mas despertar-nos para a próxima dica que lhe deixo: Seja intolerante com o bullying: as vítimas de hoje podem ser os agressores de amanhã. Só assim conseguiremos quebrar o ciclo vicioso a que alude o texto.

 

Veja a análise dos restantes mitos, seguindo as ligações abaixo:

  1. Os nativos digitais sabem tudo
  2. Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo
  3. Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos
  4. Toda a gente está a ver pornografia online
  5. Os bullies são vilões
  6. As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos
  7. Riscos offline migram para o online
  8. Colocar o PC na sala de estar ajudará
  9. Ensinar competências digitais reduzirá o risco
  10. As crianças conseguem contornar o software de segurança
Os comentários são bem vindos.

Mito #4: Toda a gente está a ver pornografia online

Tito de Morais, 26.09.11
Imagem: Mito #4 - Fonte da imagem: http://sxc.hu/photo/860598

Na sequência da publicação anterior, este é o quarto mito referido no relatório do projecto EuKidsOnline.

 

As estimativas relativas à exposição à pornografia online são mais baixas do que o que muitos anteciparam – um quarto viu imagens sexuais online ou offline no ano passado e um em cada sete viu-as online, subindo para um quarto dos adolescentes mais velhos. Mesmo assumindo alguma sub-notificação, parece que a promoção excessiva dos media relativamente à pornografia é baseada em amostras não-representativas ou a mera suposição.

 

Concordo com este mito. Quando ouço uma afirmação deste género, geralmente considero-a revelador do que andam a fazer na Internet as pessoas que proferem este tipo de afirmações. De todo o modo, se por um lado acho que 15 ou 25% não são percentagens para se subestimar neste tipo de questões, concordo que os media contribuem para que, por vezes, se tome a nuvem por Juno. No entanto, se o tema do acesso voluntário ou involuntário, sobretudo dos mais pequenos, a conteúdos impróprios – e não só no domínio da pornografia, mas também aqueles sobre os quais a comunicação social não fala tanto – a tecnologia pode dar uma ajuda, mas só por si não resolve. Assim, parece-me relevante deixar esta mensagem: Considere se precisa da ajuda de um programa de controlo parental. No entanto, tenha presente que não há tecnologias infalíveis e que a tecnologia, só por si não resolve. Mas pode ajudar.

 

Veja a análise dos restantes mitos, seguindo as ligações abaixo:

  1. Os nativos digitais sabem tudo
  2. Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo
  3. Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos
  4. Toda a gente está a ver pornografia online
  5. Os bullies são vilões
  6. As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos
  7. Riscos offline migram para o online
  8. Colocar o PC na sala de estar ajudará
  9. Ensinar competências digitais reduzirá o risco
  10. As crianças conseguem contornar o software de segurança
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Mito #3: Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos

Tito de Morais, 26.09.11
Imagem: Mito #3 - Fonte da imagem: http://sxc.hu/photo/696381

Na sequência da publicação anterior, este é o terceiro mito referido no relatório do projecto EuKidsOnline.

 

Com 38% das crianças entre os 9 e os 12 anos a terem um perfil numa rede social, é claro que os limites de idade não funcionam. Uma vez que muitos utilizadores abaixo dessa idade se registaram com uma idade falsa, mesmo que o fornecedor desenvolvesse definições de segurança e privacidade à medida das crianças mais jovens, eles não as conseguiriam identificar. Alguns jovens utilizadores de redes sociais têm perfis públicos que exibem informações pessoais e alguns contactam pessoas com quem não se encontraram. Deverão os fornecedores fortalecer as suas protecções? Ou livrar-se completamente dos limites de idade?

 

Não me parece que seja um mito. A minha percepção é que a maioria das pessoas têm a noção do limite etário das redes sociais e da facilidade com que pode ser ultrapassado, concordando neste aspecto com o que é referido. A minha percepção também é a de que muitos jovens – e adultos também – têm os seus perfis públicos. Muitas vezes sem o saberem. As duas questões que os estudo coloca são actualmente alvo de debate. O que me parece relevante e a dica que deixo é: Não se abstraia da vida online das suas crianças e jovens. De facto, os filhos precisam de pais online e offline. Crie um perfil nas redes sociais em que os seus filhos participam. As redes sociais podem ser uma excelente “ferramenta auxiliar de diagnóstico”. Convide, incentive, apoie e estimule os seus restantes familiares a fazerem o mesmo. Hoje em dia, a família deve ser família, online e offline. E se acha que os seus filhos ainda são demasiado pequenos para terem um perfil numa rede social, porque não começar por uma rede social para crianças – especificamente desenvolvida para menores de 13 anos de idade - ou por uma rede social familiar?

 

Veja a análise dos restantes mitos, seguindo as ligações abaixo:

  1. Os nativos digitais sabem tudo
  2. Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo
  3. Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos
  4. Toda a gente está a ver pornografia online
  5. Os bullies são vilões
  6. As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos
  7. Riscos offline migram para o online
  8. Colocar o PC na sala de estar ajudará
  9. Ensinar competências digitais reduzirá o risco
  10. As crianças conseguem contornar o software de segurança

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Mito #2: Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo

Tito de Morais, 26.09.11
Imagem: Mito #2 - Fonte da imagem: http://sxc.hu/photo/1138532

Na sequência da publicação anterior, este é o segundo mito referido no relatório do projecto EuKidsOnline.

 

No mês passado, apenas um em cada cinco usou um site de partilha de ficheiros ou criou um avatar e metade desse número escreveu um blog. As actividades criativas são mais raras entre as crianças mais jovens. Embora as redes sociais tornem mais fácil disponibilizar conteúdos, a maioria das crianças usa a Internet para aceder a conteúdos já feitos, produzidos em massa.

 

Apesar de não ver os sites de partilha de ficheiros e a criação de avatars como os melhores exemplos no domínio da criação de conteúdos, ao contrário do que acontece com um blog, tendo a concordar com este mito. De facto, os media sociais potenciam a criação de conteúdos, mas a maioria – sejam, crianças, jovens ou adultos – é mais consumidor ou replicador de conteúdos do que criador. Desta forma, não potenciamos o real valor dos media sociais. Assim, o que me parece relevante e a dica que lhe deixo é: Apoie, incentive e estimule nas suas crianças e jovens o desenvolvimento de actividades criativas online. Só assim elas conseguirão maximizar o potencial positivo da Internet. Por exemplo, incentivar e estimular a escrita de um blog sobre um tema ou actividade que lhes seja querida, a ilustração do mesmo com desenhos, fotografias, vídeos da sua autoria. Um desafio: crie um blog familiar com os seus filhos, sobrinhos, netos. Se for professor, crie um blog com as suas turmas para acompanhar a disciplina que lecciona. E se as questões de segurança são uma preocupação, faça o blog privado ou acessível apenas por convite. E depois pode associá-lo a uma conta no Twitter, no Facebook, no YouTube, etc.

 

Veja a análise dos restantes mitos, seguindo as ligações abaixo:

  1. Os nativos digitais sabem tudo
  2. Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo
  3. Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos
  4. Toda a gente está a ver pornografia online
  5. Os bullies são vilões
  6. As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos
  7. Riscos offline migram para o online
  8. Colocar o PC na sala de estar ajudará
  9. Ensinar competências digitais reduzirá o risco
  10. As crianças conseguem contornar o software de segurança

Os comentários são bem vindos.