Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Miúdos Seguros Na Net - Promover a Segurança de Crianças e Jovens na Internet

Minimizar Riscos, Maximizar Benefícios.

Miúdos Seguros Na Net - Promover a Segurança de Crianças e Jovens na Internet

Minimizar Riscos, Maximizar Benefícios.

Não Acontece Só Aos Outros! Ah, Pois Não...

Tito de Morais, 10.01.14

Há dias, através do meu perfil pessoal no Facebook, recebi a seguinte mensagem de uma amiga:

 

Logotipo do Skype

Olá Tito,

Hoje aconteceu comigo uma situação que preciso contar. Recebi uma chamada no Skype, com o nome XXXXXXXXXXXXX (nome de utilizador omitido por motivos legais). Pensando que fosse de um amigo, pois tenho dois com esse nome, adicionei e apareceu uma foto desconhecida e chamando para uma chamada de vídeo. Qual não é minha surpresa, eu não me mostrei mas ele fazia sinal que não me via nem ouvia. Em seguida, mostra o órgão sexual. Fiquei assustada por não saber como a pessoa veio parar aqui. Tem perfil falso, como italiano mas mandou mensagem: porque não fala, liga camêra, eu italiano, etc. Essas vi no computador e tratei de ver como bloquear a pessoa. Estava no iPhone. Vim para o computador para entender melhor e ele não parava de ligar. Segui as instruções do Google e consegui bloquear no iPhone. Voltei ao computador e também consegui com instruções que não são bem dadas, bloqueei e consegui marcar como spam também. Há mais alguma coisa que se possa fazer? Pensei que só acontecesse aos outros e pensei que pode acontecer com minha neta e outras crianças. Se puder fazer algo para denunciar essa pessoa, estão aqui todos os dados.

Agradeço.

Beijos,

[Nome Omitido]

 

Ah, pois é! Não acontece só aos outros! Por estas e por outras, sugiro que seja algo selectivo ao aceitar contactos no Skype ou noutras plataformas que permitam contactos por vídeo-chamada. Assim, aqui fica algumas indicações a este propósito.

  • Verifique o seu perfil no Skype

Faça login no portal do Skype, dirija-se a este endereço - https://secure.skype.com/portal/profile - e verifique quais os seus dados que estão públicos e quais os que estão privados. São poucos os dados que pode alterar, clicando no botão "Edit", mas o que estiver como "Public" e pretenda que esteja privado e não puder alterar, pode sempre apagar. Alguns deste dados também são alteráveis através da aplicação, em Skype > Profile > Edit Your Profile. Para ver os dados todos do seu perfil, clique em "Show full profile".

  • Verifique o perfil antes de aceitar um contacto

Ao receber um pedido é-lhe dada a possibilidade de "Aceitar" ou "Declinar" esse pedido. Antes de tomar uma decisão, verifique o perfil desse utilizador. Para o fazer, clique com o botão direito do rato sobre o nome do utilizador na orelha "Contacts" e escolha a opção "View Profile". Abre-se uma janela com a informação disponível no perfil do utilizador. Veja-a e decida se é alguém que deseja cujo pedido de contacto deseja "Aceitar" ou "Declinar". Pouca informação disponível é geralmente razão para desconfiar.

  • Em caso de dúvida

Se não tiver a certeza, pode sempre usar o chat para perguntar: "Desculpe, mas não estou a ver quem é... conhecêmo-nos? Pode dizer-me porque deseja adicionar-me à sua lista de contactos?". Se não obtiver resposta pode "Declinar" ou alternativamente, não agir sobre o pedido.

  • Arrependeu-se de ter aceite o contacto?

No caso de se ter arrependido de ter aceite o contacto, como aconteceu com a minha amiga, pode sempre bloquear e/ou denunciar o mesmo. O suporte do Skype explica como o fazer. Veja aqui:

Depois de uma breve troca de mensagens com a minha amiga, perguntava-me ela: "É assim tão fácil sermos abordados por um maluco?!". Respondi: "Infelizmente tenho de responder que sim... malucos, malucas, trapaceiros e trapaceiras!"

 

Nem de propósito, pouco depois desta conversa, vi este vídeo que ilustra de uma forma humorística que todo o cuidado é pouco.

 

 

Se visitarem o canal YoutubableHD verão inúmeros vídeos semelhantes demonstrando como facilmente podemos ser enganados. É que não acontece só aos outros! Por isso, seja criterioso nos pedidos de contacto que aceita.

 

Mito #6: As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos

Tito de Morais, 26.09.11
Imagem: Mito #5 - Fonte da imagem: http://sxc.hu/photo/815107
Na sequência da publicação anterior, este é o sexto mito referido no relatório do projecto EuKidsOnline.

 

A maioria (87 por centos) dos jovens entre os 11 e os 16 anos de idade estão em contacto online com pessoas que conhecem presencialmente. Quatro em cada dez têm contactos online que conheceram online mas que estão ligados aos seus amigos ou familiares. Um quarto está em contacto com pessoas não relacionadas com o seu círculo social e 9 por cento encontrou-se offline com alguém que conheceu primeiro online. Poucos foram desacompanhados ou conheceram alguém mais velho e apenas um por cento teve uma experiência negativa. O desafio é proteger as crianças de ocorrências raras mas prejudiciais, sem limitar as oportunidades da maioria.

 

De acordo. É um mito. Logo, a solução não é aconselhar a não se aceitarem contactos online de estranhos ou encontros presenciais com estranhos, e esses contactos e encontros acontecerem nas nossas costas e sem nosso conhecimento, mas adoptar uma nova abordagem. E esta parte do texto não fornece indícios sobre uma possível abordagem. Aqui fica a minha dica: Aprenda e ensine os seus filhos a categorizar os seu contactos online e a pensar neles e a publicar conteúdos em função de uma pirâmide de confiança. E como mais vale prevenir que remediar, deixe claro que estará sempre disponível para os(as) acompanhar para encontros presenciais com pessoas que só se conhecem online. E que tais encontros só devem acontecer num local público, na sua presença (ou de um adulto da sua confiança). O mito aqui é a de que todos os estranhos são pessoas mal intencionadas. Tal percepção poderá inclusive funcionar contra uma criança que se veja numa situação de aflição em só possa ser auxiliada por um estranho.

 

Veja a análise dos restantes mitos, seguindo as ligações abaixo:

  1. Os nativos digitais sabem tudo
  2. Agora todos estão a criar o seu próprio conteúdo
  3. Os menores de 13 anos não podem usar redes sociais, logo não nos preocupemos
  4. Toda a gente está a ver pornografia online
  5. Os bullies são vilões
  6. As pessoas que conhecemos na Internet são estranhos
  7. Riscos offline migram para o online
  8. Colocar o PC na sala de estar ajudará
  9. Ensinar competências digitais reduzirá o risco
  10. As crianças conseguem contornar o software de segurança
Os comentários são bem vindos.

Pedofilia no Orkut

Tito de Morais, 16.08.07

Crimes na internet? Denuncie Segundo noticiou a ID Now!, o volume de novas páginas de pedofilia no Orkut mais do que duplicou no 2º trimestre, em relação a 2006. "Nunca foram criadas tantas páginas sobre pornografia infantil como no primeiro semestre deste ano", alerta oadvogado Thiago Tavares, presidente da Safernet, organização que no Brasil realiza a medição desde o final de 2005.

 

De Janeiro de 2006 a Junho de 2007, o Projeto Central de Denúncias de Crimes Cibernéticos, conduzido por esta organização não-governamental, em parceria com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal do Brasil, identificou quase 45.941 perfis e comunidades únicos relacionados a crimes contra os direitos humanos na internet, sendo 93,7% ligados ao Orkut. Comunidades e perfis ligados à pedofilia representam 39,8% das denúncias filtradas, de um total total de 636.350 denúncias recebidas no período acima referido no site da Safernet. Em segundo lugar estão comunidades de apologia a crimes contra a vida (28,1%) e, em terceiro comunidades de apologia ao neonazismo (8,03%). No período de Abril a Junho de 2007, a Safernet registrou mais de 6.500 novas páginas e perfis criados no Orkut relativos à pornografia infantil (mais de 2 mil em Abril, mais de 2.500 em Maio e mais de 2 mil em Junho). No mesmo período do ano passado, a média de novas páginas e perfis criados foi de 2.700 (1.200 em Abril, 700 em Maio e 800 em Junho). A média de permanência das comunidades criminosas no ar é de 8,3 dias. "Ultimamente o Google tem agido rapidamente, mas para uma página com esse conteúdo no ar é uma eternidade", afirma Tavares.

 

Em resposta a esta realidade, o Instituto WCF (World Childhood Foundation) Brasil, organização dedicada à proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes, lançou a cartilha educativa "Navegar com Segurança" para orientar pais e educadores sobre a ameaça da pedofilia e da pornografia infantil na internet. O documento, com 48 páginas, elaborado com o apoio de educadores e sociólogos, pode ser obtida a partir do site do Instituto WCF (PDF - 1MB). Segundo declarações de Ana Maria Drummond, diretora executiva da WCF-Brasil, à IDG Now!, "nós sentimos necessidade de consolidar informações sobre pedofilia e pornografia infantil na internet, mas sobretudo de uma forma que ajudasse a educar os pais". Segundo esta responsável, a ideia é auxiliar os pais a conversarem com os filhos sobre os riscos da pedofilia na internet e diminuir a distância cultural com a nova geração, que já nasce ligada. "A internet não é o vilão da história (...). A questão é navegar com segurança", acrescentou.

Exposição & Consequência

Tito de Morais, 07.08.07

Imagem ilustrativa de "celebrações" académicasJá alertei várias vezes para os riscos associados à exposição excessiva em sites de redes sociais. Uma das potenciais consequências dessa exposição excessiva relaciona-se também com a reputação dos jovens. Em meados de Julho, na sua notícia "Caught on camera – and found on Facebook", o Times Online refere que o Facebook está a ser usado por autoridades universitárias como uma ferramenta disciplinar. A título de exemplo, relata o caso da Universidade de Oxford, cujo pessoal está usar o Facebook para recolher fotografias e multar estudantes cujas fotos indiciam a violação das regras no âmbito de celebrações académicas. Para além de exemplos relacionados com este caso, o Times Online refere ainda outros casos em que a informação colocada em sites de redes sociais se pode virar contra os próprios utilizadores. Entre esses casos, contam-se:

  • Uma Miss que foi vítima de chantagem em resultado de uma foto colocada no seu perfil do Facebook
  • Uma responsável de uma empresa de relações públicas que reconheceu ter recusado uma candidatura depois de se ter apercebido que o candidato tinha usado o Facebook para criticar empregadores anteriores e discutir informação da empresa
  • Cinco estudantes canadianos impedidos de participar numa viagem de estudo em resultado da descoberta de comentários sobre professores no Facebook
  • Um consultor de carreiras norte-americano que afirma ter recusado emprego a um candidato em resultado de comentários deste no Facebook

  • Vários estudantes da universidade de DePauw, no Indiana, que foram alvo de medidas disciplinares por terem colocado informação no Facebook que permitiu associá-los a um acto de vandalismo

  • Uma estudante da Universidade da Pensilvânia que viu recusado o seu diploma de professora pelo facto da universidade considerar que ela promovia o consumo de bebidas alcoólicas por menores, em resultado de uma foto intitulada Pirata Bêbada que a estudante havia colocado no MySpace

Este último caso é desenvolvido em pormenor no site da MTV, sob o título "Woman Denied Degree Over 'Drunken Pirate' MySpace Photo Sues School".

 

Ainda segundo o Times Online, um estudo de 600 empresas britânicas revelou que uma em cada cinco empresas usa sites de redes sociais para recusar potenciais candidatos.

 

Independentemente de poderemos considerar estes exemplo excessivos, brandos, correctos ou incorrectos, servem de exemplos que nos podem ajudar a fazer ver aos jovens as potenciais consequências resultantes da utilização irresponsável de sites de redes sociais. É que, contrariamente ao que poderão ser levados a pensar, os sites de redes sociais não são espaços fechados. Os comentários e as fotos que aí se colocam é como se fossem colocados num painel publicitário em plena baixa. Com assinatura e tudo! Em função disto, é bom que pensem bem no que colocam neste tipo de sites. Sobretudo antes de o fazerem. Antes de se entregarem a praxes académicas excessivas e antes de se candidatarem a um emprego.

Nova Tendência?

Tito de Morais, 06.08.07

Há dias, o semanário SOL noticiava "Alerta - Site pedófilo publicita eventos para crianças", relativo ao caso de um site holandês que está a ser investigado pela polícia de Montreal, no Canadá, por publicitar um festival dedicado a crianças que vai ter lugar naquela cidade, como um bom local para ver raparigas pequenas, acrescentando que ver raparigas pode ser "uma actividade enriquecedora". O SOL acrescenta que para além deste festival, o site "apresenta ainda uma lista com vários eventos que vão ser realizados na América do Norte, classificados com pequenos corações".

 

Consegui localizar a fonte original da notícia do SOL e daí o site referido pela notícia. Este define-se como "um local para pedófilos, especialmente apreciadores de raparigas, se maravilharem com o charme e a beleza extrema de pequenas raparigas para afirmar o ideal de relações românticas consensuais entre adultos e raparigas amorosas". Mas acrescenta ainda, "pretende também demonstrar aqueles que não partilham a nossa atracção que um verdadeiro pedófilo não é um molestador de crianças", para concluir a apresentação afirmando "aqui pode-se encontrar uma variedade de recursos sobre o tópico da pedofilia, incluindo imagens, poesia, ensaios, análises e um extenso catálogo de hiperligações". A título de curiosidade refira-se que dispõe versões em inglês, alemão, espanhol, checo, polaco, francês e italiano.

 

Coincidentemente, conforme uma amiga me chamou à atenção, os Estados Unidos confrontam-se com um problema semelhante desde, pelo menos, Março passado.

 

Logotipo da FOX NewsDe facto em finais de Março, sob o título "Seattle-Area Pedophile Has 'How-to' Web Site for Men Seeking Little Girl Activities", a Fox News noticiava o o caso de um website criado por um pedófilo assumido - mas que nunca foi condenado por qualquer crime sexual - e que constitui um verdadeiro manual virtual sobre "como fazer" (how-to), completo com os melhores locais da zona oeste do Estado de Washington para ver raparigas e dicas sobre como evitar ser apanhado pela polícia. A polícia estava a par do site e acrescentava que, "por muito perturbador e ofensivo que possamos considerar, não há indícios de crime ou sequer a suspeita de actividade ilegal". Segundo o pedófilo assumido, o site pretende promover a associação, amizade e os abraços e carinhos legais entre homens e raparigas pré-adolescentes, admitindo à FOX News sentir-se atraido por raparigas com idades entre os 3 e os 11 anos de idade. Segundo afirmou, pretende fazer os pedófilos "sairem do armário" e dar-lhes um meio de escape, incentivando-os a sairem e estarem ao pé de raparigas, enumerando para um efeito uma série de locais. Na sequência de contactos da FOX com a empresa que procedia ao alojamento do site, esta bloqueou o acesso ao site e afirmou estar a proceder a investigações no sentido de averiguar se neste haveria algum conteúdo ilegal. Pelo menos uma escola da região escreveu uma carta ao proprietário do site alertando-o que se este entrasse nas suas instalações tal seria considerado invasão de propriedade privada e solicitaria a sua detenção. Ainda segundo a Fox News, a polícia e procuradores do Estado estavam a acompanhar o caso com atenção e um grupo de legisladores estava a considerar uma nova lei para lidar com este tipo de websites. Entretanto, o seu proprietário é livre de continuar a promover e incentivar a pedofilia.

 

Logotipo do The New York TimesJá em finais de Julho, sob o título "Parents’ Ire Grows at Pedophile’s Unabashed Blog" o New York Times noticiava que o mesmo pedófilo referido na notícia da Fox News prosseguia agora as suas actividades em Los Angeles, o que havia suscitado a ira de alguns grupos de pais e mães. Segundo afirma o correspondente do NY Times em Los Angeles, a polícia local afirma ter a pessoa em questão sob vigilância, mas afirma também não dispor de mecanismos legais que permitam a sua detenção. Segundo o NY Times, os grupos que se insurgem contra a actuação deste pedófilo assumido enfrentam uma estrada difícil. É que, segundo especialistas no domínio da Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos, que trata da Liberade de Expressão, enquanto a publicação de imagens de crianças em poses sexuais é crime, a publicação de imagens de crianças vestidas em poses do quotidiano não é ilegal. No entanto, um dos especialistas citado na notícia do NY Times refere um estatuto federal que proibe a publicação de informação na Internet sobre como fazer bombas, sugerindo que um estatuto similar poderia ser usado para banir a informação que ajude pessoas a encontrar crianças com o objectivo de as molestar.

 

Logtipo da ABC NewsSob o título, "Mothers Fight Back Against Pedophile's Web Site", a ABC News também noticiou o caso acima referido, sublinhando o facto das forças policiais pouco poderem fazer para lhe por cobro dado a lei não estar a ser violada. No entanto, no site da ABC News, um outro caso chamou-me à atenção. Sob o título "Sugar and Spice ... but Not So Nice?", esta estação televisiva norte-americana noticia o caso de um outro auto-proclamado pedófilo que recorre a uma estratégia diferente, operando abertamente um site a partir dos Países Baixos especificamente concebido para parecer um site para crianças. Segundo declarações prestadas por telefone à CBS News, o site visa atrair e "ensinar jovens raparigas sobre relacionamentos românticos com adultos". Tal como o caso anterior, também este pedófilo afirma nunca ter tido relações físicas com crianças. Segundo especialistas consultados pela CBS News, este tipo de sites operam numa zona cinzenta da lei, mas poderão estar a violar o Child Online Privacy Protection Act, uma lei que nos Estados Unidos impede a solicitação de dados pessoais a menores de 13 anos sem o consentimento parental prévio. A título de curiosidade, refira-se que o site referido neste parágrafo é operado pela mesma pessoa que gere o que está a causar polémica no Canadá e que referi no início deste artigo.

 

Capa da NewsweekSob o título "A Law-Abiding Pedophile?", a Newsweek também dá relevo ao caso do pedófilo de Los Angeles, incluindo uma interessante entrevista sobre o caso com Ernie Allen, Presidente e CEO do International Centre for Missing & Exploited Children.

 

No entanto, as desventuras do pedófilo de Los Angeles parecem ter tido mais um revés. Segundo um dos sites criados para se opor às actividades deste pedófilo, um juíz californiano determinou o impedimento deste colocar online imagens de pequenas raparigas, impedindo-o também de ter qualquer contacto com crianças em todo o estado da Califórnia. A decisão obriga o pedófilo a manter uma distância mánima de 10 jardas de qualquer menor e impede-o de ter qualquer contacto com crianças por telefone, correio ou email. No meu ponto de vista, dadas as explorações das zonas cinzentas da lei que estes casos insinuam, poderá aqui estar mais uma lacuna. Ao ser específico, o juíz poderá ter ignorado meios de contacto como as mensagens instantâneas, a voz sobre IP, etc.

Redes Sociais Infantis

Tito de Morais, 06.08.07

Imagem do Club PenguinNo artigo "Amigos" e Redes Sociais, referi as principais redes sociais acedidas a partir de Portugal. Geralmente, nas suas Condições de Utilização, estas referem que a sua utilização só é permitida a utilizadores maiores de 13 ou 15 anos. As grandes marcas e empresas no domínio dos média, apercebendo-se do grande impacto das redes sociais nos adolescentes apressaram-se a adquirir as principais. Apercebendo-se desse impacto, começaram também a proliferar as redes sociais para crianças, isto é, destinadas especificamente a crianças e pré-adolescentes. Daí que não seja de estranhar a notícia, destes primeiros dias de Agosto, da aquisição do Club Penguin pela Disney.

 

Mas o que é o Club Penguin? Lançado em Outubro de 2005, o Club Penguin destina-se a crianças e pré-adolescentes, permitindo aos visitantes do site adoptar, dar o nome, alimentar e vestir pinguins virtuais, conversar e jogar com outros utilizadores.

 

O Semanário Sol, entre outros, noticiou a aquisição. Mas com uma "ligeira" incorrecção. O Sol refere que a Disney deu 350 mil dólares pelo Club Penguin, podendo este montante vir a atingir os 700 mil dólares caso a empresa atinja os seus objectivos. Pois... não são 350 mil dólares... são "apenas" 350 MILHÕES de dólares, podendo o negócio vir a atingir os 700 MILHÕES de dólares, como noticia o Los Angeles Times (Disney buying Club Penguin website).

 

Os números acima referidos dão-nos uma ideia da importância atribuída a este novo mercado pelas principais empresas de média. Mas eis mais alguns números referidos pelo LA Times que nos ajudam a ter uma ideia da dimensão do Club Penguin:

  • 700.000 assinantes (assinaturas pagas)
  • 12 milhões de utilizadores registados, a maioria nos EUA e no Canadá.

Para um site lançado há menos de 2 anos, é obra!

 

Mas o Club Penguin não é o único player neste mercado. Izzy Neis, uma aficionada da cultura popular (especialmente no domínio do entretenimento para crianças), refere cerca de 3 dezenas no seu blogue, no artigo "Worthy Tween/Kid Communities". Neste, alguns utilizadores acrescentam ainda mais alguns nos comentários. Dos sites acima referidos como recomendados para crianças e pré-adolescentes (até aos 13 anos), apenas os seguintes apresentam versões em língua portuguesa:

Dada a escassez, suspeito não demorará muito tempo até surgirem projectos neste domínio em língua portuguesa.

 

Verificando a lista acima referida, provavelmente aperceber-se-á que alguns daqueles que os seus miúdos usam não figura na listagem, nomeadamente o Habbo. Se o site que os seus miúdos usam não se encontra nesta listagem, provavelmente estará numa outra onde são referidos sites que, aparentando visualmente ser para crianças e pré-adolescentes, na realidade se destinam a utilizadores com mais de 13/14 ou 15 anos. Pode ver informação sobre estes últimos no artigo "Communities NOT for Kids/Tweens".

 

Segundo Izzi Neis, a ideia da criação desta segunda listagem - de sites que não se destinam a utilizadores menores de 14 anos - surgiu-lhe ao constatar que muitos pais não faziam a mínima ideia que alguns destes sites, de aparência visual infantil ou juvenil, não se destinam na realidade a crianças ou pré-adolescentes. Izzi acrescenta ainda que, apesar de genuinamente gostar da maioria destes sites, sentiu que devia fazer o alerta pois eles NÃO SE DESTINAM A PESSOAS COM MENOS DE 13 ANOS DE IDADE (e por vezes até 14/15 anos de idade). E como conclui Izzi Neis, é sempre boa ideia dar uma vista de olhos às políticas de privacidade dos sites para obter informação relativamente a limites de idade.