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Miúdos Seguros Na Net - Promover a Segurança de Crianças e Jovens na Internet

Minimizar Riscos, Maximizar Benefícios.

Miúdos Seguros Na Net - Promover a Segurança de Crianças e Jovens na Internet

Minimizar Riscos, Maximizar Benefícios.

Academias de Professores do Google

Tito de Morais, 20.09.08

Logotipo Google Certified TeacherOntem recebi uma edição especial da Google Teacher Newsletter onde um dos temas abordados era a Google Teacher Academy (GTA). A próxima edição da GTA terá lugar a 18 de Novembro próximo nos escritórios do Google, na cidade de Nova Iorque.

 

O GTA é um programa gratuito de formação destinado a educadores K-12 (os 12 anos de escolaridade em Portugal). É um evento intensivo de um dia (08:30-19:30) onde 50 participantes previamente seleccionados têm oportunidade de experimentar de uma forma prática ("mãos na massa") os produtos gratuitos e outras tecnologias do Google, aprender estratégias educativas inovadoras, colaborar com educadores excepcionais e mergulhar num ambiente empresarial inovador. Ao completar esta acção os participantes na GTA tornam-se Google Certifies Teachers (Professores Certificados pelo Google) que partilham o que aprendem com outros professores K-12 nas suas regiões locais. O Google está agora a aceitar candidaturas e encoraja os professores, não só dos Estados Unidos, mas de todo o mundo, a candidatarem-se. As candidaturas podem ser feitas até ao dia 10 de Outubro de 2008. Para saber mais sobre esta iniciativa e candidatar-se ao GTA NYC 2008 visite http://www.google.com/educators/gta.html. Interessante é o requisito obrigatório de cada candidato produzir e submeter um vídeo original com a duração máxima de um minuto num dos seguintes tópicos: "Motivação e Aprendizagem" ou "Inovação na Sala de Aula".

 

Seria interessante haver pelo menos um professor português do ensino básico ou secundário a participar. Independente de poder haver algum professor português a participar ou não - o Google não paga nem as viagens nem o alojamento -  vale a pena dar uma vista de olhos na secção de Educação no Google. Aí, para além de informação sobre a Google Teacher Academy, poderão não só subscrever a Google Teacher Newsletter que refiro no início deste artigo, mas também descobrir "ferramentas para a sua sala de aula", "actividades para sala de aula", "cartazes para a sala de aula" e podem ainda aderir à "comunidade de professores" que conta já com cerca de 4.000 profissionais.

 

A terminar, seria interessante ver alguns dos portais nacionais como o Sapo, o Clix, o AEIOU ou o IOL desenvolver iniciativas semelhantes.

 

Telemóveis em Exames

Tito de Morais, 26.08.08

Imagem do jogo televisivo, "Quem Quer Ser Milionário"Enquanto muitas escolas optam por banir os telemóveis, apenas nas salas de aula ou mesmo em todo o recinto escolar, uma escola australiana, tal qual George Costanza da série Seinfeld, resolve fazer exactamente o contrário. Segundo o Sidney Morning Herald, o Presbyterian Ladies' College de Croydon está a levar a efeito uma experiência permitindo que os estudantes do 9ºano de Inglês possam telefonar a um amigo, usar a Internet ou os seus iPods durante os exames e planeia alargar a experiência a todas as disciplinas até ao final do ano.

 

Apesar de encorajados a usar estes recursos, as estudantes são no entanto obrigados a citar todas as fontes usadas, como forma de desencorajar o plágio.

 

As reacções de algumas das alunas à iniciativa são extremamente interessantes. Como curioso também é realizar que a iniciativa foi inspirada por Marc Prensky, um consultor internacional em educação, que lançou o seguinte desafio:

"E se permitíssemos o uso de telemóveis e mensagens instantâneas para recolher informação durante os exames, redefinindo tal actividade de 'copianço' para 'usar as nossas ferramentas, incluindo o mundo na nossa base de conhecimentos'?".

 

A ideia é interessante. Segundo Prensky, os miúdos já vêm isso na televisão onde se podem pedir uma ajuda telefónica para ganhar 1 milhão de dólares. "Porque não para passar no raio de um exame?" Esta é a razão que tem levado Prensky a advogar a utilização de testes de "telefone aberto", pois segundo afirma, "ser capaz de encontrar e aplicar a informação certa torna-se mais importante do que ter tudo na cabeça".

 

Considero a ideia atraente, mas questiono-me se não estaremos a transformar o ensino num "game show". E este tipo de abordagem faz-me lembrar uma outra máxima da qual não gosto particularmente e que pela qual até tenho alguma repulsa: "it's WHO you know, not WHAT you know, that matters".

 

Como já acontecia no post anterior, o debate suscitado pela notícia entre os leitores do SMH é extremamente interessante e merece uma leitura atenta.

 

Vídeos, Anorexia e Internet

Tito de Morais, 14.08.07

Imagem representativa da anorexiaApanhei a notícia através do Portugal Diário que lhe deu destaque sob o título "Vídeos na net promovem anorexia". Organizações não governamentais do Reino Unido no domínio dos distúrbios alimentares apelaram a implementação de controlos mais rígidos depois de detectarem que sites populares de redes sociais tais como o MySpace, YouTube e Facebook estavam a ser usados para promover a anorexia. Ora a notícia do Portugal Diário foca-se quase exclusivamente na questão dos vídeos do YouTube, o que poderá justificar (?) as declarações - no meu ponto de vista algo ligeiras - da responsável da Associação Familiares e Amigos dos Anorécticos e Bolímicos (AFAAB). Por esta razão parece-me relevante aprofundar a notícia seguindo as fontes originais.

 

Segundo a notícia "Social websites like MySpace encourage anorexia, warn charities" do Daily Mail, estes sites estão a ser usados por raparigas anoréticas para se encorajarem mutuamente e promoverem uma "moda" bizarra que se refere a um papel modelo usado por pessoas (geralmente com distúrbios alimentares) para se inspirarem a perder peso, e que é mais comum na comunidade pró-anorexia. Em resultado disso, centenas de milhar de vídeos chocantes exibindo imagens de mulheres extremamente magras têm sido colocadas e vistos por adolescentes YouTube, um site de partilha de vídeos muito popular.

 

Segundo estas organizações não governamentais, os jovens estão também a tirar partido da popularidade das redes sociais como o Facebook para encorajarem outros jovens a não se alimentarem e para trocarem dicas sobre pílulas de emagrecimento. Alguns destes grupos no Facebook e no MySpace tem já um milhar de membros e usam como slogan frases como "Não se destina a pessoas que tentam recuperar. Isso estraga a nossa motivação".

 

As organizações referidas no início da notícia apelaram a este tipo para que monitorizem mais de perto e a controlarem este tipo de conteúdos, alegando que este tipo de vídeos e de informação não ajudam a promover a saúde e não ajudam as pessoas que procuram recuperar de distúrbios alimentares.

 

Segundo Susan Ringwood, uma da maior organização do Reino Unido neste domínio, "os distúrbios alimentares são uma doença mental séria, não uma moda, uma fase ou um acessório de moda. Também não são um estilo de vida e tudo o que possa enganar ou tentar persuadir um jovem vulnerável sobre isto, é potencialmente muito danoso". Esta responsável acrescentou ainda que "quanto mais cedo alguém obtiver a ajuda de que necessita, maior a probabilidade de se recuperarem totalmente". No entanto, alguns movimentos pro-anorexia procuram deliberadamente encorajar as pessoas a evitar o tratamento". Segundo esta reponsável, a sua organização procura "mudar a forma segundo a qual pensamos e falamos sobre os distúrbio alimentares e isso significa mostrar que podemos fornecer a aceitação e a compreensão, para que os grupos pro-anorexia não se tornem no único refúgio existente".

 

Na sua notícia "Social network sites are urged to ban ‘hardcore’ anorexia videos", o Times Online, fonte da notícia do Portugal Diário, inclui ainda dois depoimentos interessantes para percebermos este fenómeno: Um, de uma rapariga de 16 anos, que refere ter começado a ver regularmente este tipo de vídeos há cerca de uma ano; o outro, de uma jovem de 22 anos, que produz este tipo de vídeos.

 

Os sites pro-anorexia, onde adolescentes trocavam dicas e vêem vídeos como os referidos com imagens de raparigas extremamente magras, sempre existiram. No entanto, eram difíceis de encontrar e as pessoas que os frequentavam permaneciam anónimas. A preocupação desta tendência, e que me pareceu escapar à responsável da AFAAB, é que começam a surgir em sites populares alcançando uma audiência de dezenas de milhar de pessoas. A solução também não me parece que seja o banir este tipo de conteúdos como alegadamente pretendem os grupos anti-anorexia. A solução também não me parece que passe pela promoção de vídeos contrário a esta tendência começa a acontecer, até porque geralmente são produzidos por cidadãos que poderão não estar devidamente preparados para tratar estes assuntos. No meu ponto de vista, a solução poderá estar nas declarações de um porta-voz do MySpace: " Em vez de censurar estes grupos, estamos a trabalhar no sentido de criar parcerias com organizações que fornecem recursos e conselhos para pessoas que sofrem deste tipo de problemas e iremos visar estes grupos com mensagens de apoio". Mas conhecendo o ritmo de crescimentos das redes sociais, é bom que essas parcerias se façam depressa.