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Miúdos Seguros Na Net - Promover a Segurança de Crianças e Jovens na Internet

Minimizar Riscos, Maximizar Benefícios.

Miúdos Seguros Na Net - Promover a Segurança de Crianças e Jovens na Internet

Minimizar Riscos, Maximizar Benefícios.

12 Motores de Busca de Imagens

Tito de Morais, 10.01.11

 

Fonte da imagem: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Control_copyright_icon.svg

A generalidade dos utilizadores da Internet em geral, os professores e os estudantes em particular, quando precisam de uma imagem para um trabalho, pesquisam no Google Images. No entanto, tal pode implicar alguns problemas. Os resultados são por vezes inesperados - exemplo clássico, ao procurar por "gatinhas", provavelmente aparecem-lhe "gatonas" e algumas em poses que podem ser embaraçosas para uma sala de aula - algumas imagens podem não ter a qualidade desejada e, por outro lado, a sua utilização pode estar condicionada por restrições relacionadas com o direito de autor. Importa então conhecer alternativas e formas de minimizar este tipo de situações. Sublinho, minimizar, porque realisticamente, dificilmente se consegue eliminar a sua ocorrência. A este propósito, no dia 2 de Janeiro, através da Prof. Teresa Pombo, que acompanho no Twitter e no Facebook, descobri um artigo excelente: "12 Useful Image Search Tools". Neste artigo são referidas 12 ferramentas de pesquisa de imagens e são dadas instruções relativamente à sua utilização na pesquisa de imagens que possam ser utilizadas sem que tal implique a violação dos direitos dos seus autores. No entanto, convém nunca esquecer a citação da fonte original da imagem, condição geralmente aceite para a sua utilização. Dito isto, boas pesquisas!

 

Música Livre

Tito de Morais, 05.01.10
Na sequência da pergunta que me foi feita em http://www.formspring.me/TMorais/q/19358521, da minha resposta e de alguns comentários que se lhe seguiram pareceu-me de toda a pertinência publicar aqui aulguns recursos adicionais sobre o tema Música Livre:

Com isto, acho que ficamos todos a perceber um pouco mais sobre o tema "Música Livre" e, sobretudo, como uma forma de evitar os riscos associados aos chamados downloads ilegais.

 

7 Serviços Gratuitos de Backup Online

Tito de Morais, 03.07.08

Já lhe aconteceu o seu computador ter um "crash" (dar-lhe o "treco"!) ou roubarem-lhe o portátil, perdendo assim todos os seus dados e ficheiros? Os serviços online de armazenamento gratuito de dados e ficheiros podem aliviar-lhe a dor destas situações, permitindo-lhe armazenar os seus dados e ficheiros gratuitamente e aceder aos mesmos a partir de um computador com ligação à Internet. Este tipo de serviços permite-lhe ainda geralmente guardar, navegar e partilhar os dados e ficheiros armazenados no seu computador ou dispositivo móvel (CD, DVD, Pen USB, etc.) e fazer a sincronização entre os ficheiros armazenados no seu computador e nestes serviços. Eis alguns destes serviços que poderá pensar preventivamente.

 

Logotipo do Yuntaa

Yuntaa - carregue, comente e partilhe... (versão em português)
http://www.yuntaa.com/
O Yuntaa permite-lhe armazenar ficheiros (música, vídeo, fotos, ficheiros de texto e outros documentos) gratuitamente até ao limite de 1GB. Poderá arrastar ficheiros do Yuntaa para o seu PC e vice-versa. O Yuntaa permite-lhe ainda sincronizar com o seu PC para fazer cópias de segurança automáticas (ou manuais) das pastas e ficheiros do seu PC, seja de hora em hora. Desta forma, se o seu PC "crashar" ou for roubado, disporá sempre das cópias de segurança dos seus ficheiros, permitindo-lhe restaurar os ficheiros no seu novo computador. O Yuntaa permite-lhe ainda partilhar os seus ficheiros com os seus amigos ou com o mundo. No Yuntaa, você é que decide quem vê/lê/ouve o quê, ou seja, o seu melhor amigo, o seu colega de trabalho ou a sua mãe não vêem os mesmos ficheiros. Por fim, o Yuntaa permite-lhe também gerir os seus ficheiros. Para além da versão gratuita, o Yuntaa oferece versões comerciais com espaço ilimitado e sem publicidade.

 

Logotipo do Diino - My Internet Desktop

Diino - My Internet Desktop
http://www.diino.co.uk/
O Diino oferece-lhe uma conta gratuita com capacidade de 2GB que lhe permite Armazenar, Partilhar, Aceder e Proteger os seus ficheiros mais importantes. Os principais benefícios anunciados por este serviço são:

  • Armazenar - armazenar e guardar cópias de segurança dos seus dados e ficheiros mais importantes no data centre seguro do Diino.
  • Partilhar - partilhar documentos, música e fotos em segurança online.
  • Aceder - aceder e gerir os seus ficheiros a partir de qualquer lugar e em qualquer altura. Agora pode tornar os seus ficheiros acessíveis não só computador, mas também por telemóvel ou PDA.
  • Publicar - publicar as suas fotos, músicas, vídeos e blogues no seu domínio próprio, debaixo do domínio DiinoWeb.

 Logotipo do IDrive

IDrive Basic - Online & Remote Data Backup
http://www.idrive.com/
Na sua versão Basic, este serviço oferece 2GB de espaço gratuito para o armazenamento dos seus ficheiros sem restrições de backup, restauro ou limites de largura de banda ou tipo de ficheiro. Mesmo na sua versão Basic, o IDrive disponibiliza uma lista exaustiva de funcionalidades que vale a pena consultar: http://www.idrive.com/online-backup-features.htm.

 

Logotipo do Mozy

MozyHome Free - Online Backup, Data Backup & Remote Backup
http://mozy.com/
A versão Free deste serviço oferece-lhe 2GB de espaço gratuito para o backup dos seus ficheiros. Os seus dados são armazenados num local remoto e seguro para os salvaguardar na eventualidade de um desastre os poder recuperar. Segundo este fornecedor, a Mozy torna os backup's online possíveis a qualquer pessoa, oferecendo uma solução económica, segura e fácil de usar. Ainda segundo o fabricante, esta é uma das soluções líderes na indústria no domínio dos backup's. A Mozy oferece ainda soluções comerciais.

 

Xdrive Online Backup       
http://www.xdrive.com/
Este serviço é anunciado como o seu disco rígido pessoal na Internet, um local para armazenar, guardar cópias de segurança, organizar, aceder e partilhar pastas e ficheiros, socorrendo-se de aplicações de fácil utilização. Quer procure um local onde guardar as suas fotografias digitais, automatizar o backup das suas pastas e ficheiros, partilhar os seus filmes digitais com os seus amigos ou ouvir os seus ficheiros de música a partir de uma localização remota, o Xdrive disponibiliza-lhe 5GB de espaço gratuito de armazenamento online e as ferramentas para o fazer.

 

Logotipo do Humyo.com

Humyo - Free Online Storage & Backup Space
http://www.humyo.com/
Na sua versão Free, o Humyo disponibiliza-lhe gratuitamente 25GB para o armazenamento de fotos, músicas, vídeos e 5GB para outros tipos de ficheiros. Poderá ouvir as suas músicas, ver os seus vídeos ou editar os seus documentos a partir de um programa de navegação na Internet em qualquer computador ou através do seu telemóvel ou PDA com acesso à Internet. O Humyo permite ainda enviar ficheiros a qualquer pessoa sem limites relativamente à dimensão do ficheiro. Poderá ainda publica os seus ficheiros na web embebendo-os em páginas, blogues ou redes sociais, fazendo no entanto publicidade ao serviço, tal como acontece por exemplo nos vídeos do YouTube. Como senão, o Humyo apresenta o facto dos seus ficheiros serem eliminados se não aceder ao site durante 90 dias. O Humyo oferece ainda soluções comerciais.

 

ADrive.com - 50GB of Free Online Storage & BackUp
http://www.adrive.com
No seu plano básico - apenas para uso pessoal - o ADrive oferece-lhe 50GB de espaço para o armazenamento e backup online de todos os tipos de ficheiros. O ADrive oferece-lhe funcionalidades ao nível do armazenamento, backup, partilha e edição online dos seus documentos. O plano básico inclui funcionalidades tais como: acesso universal, 50GB de espaço, partilha de ficheiros, upload de pastas/directorias, ferramenta de pesquisa fácil, transferência remota de ficheiros, suporte para caractéres internacionais, histórico de ficheiro, Zoho Editor e ADrive Backup Client. Os utilizadores empresariais podem aceder a outros planos com maiores funcionalidades ao nível da segurança, armazenamento e acesso.

 

A terminar, um lembrete: ler este artigo não vai salvaguardar os seus ficheiros. Assim, se ainda não tem uma solução para o backup dos ficheiros mais críticos do seu computador, não se demore. Antes que tenha de deitar as mãos à cabeça dê uma espreitadela nos sites acima indicados e escolha um.

 

Vídeos, Anorexia e Internet

Tito de Morais, 14.08.07

Imagem representativa da anorexiaApanhei a notícia através do Portugal Diário que lhe deu destaque sob o título "Vídeos na net promovem anorexia". Organizações não governamentais do Reino Unido no domínio dos distúrbios alimentares apelaram a implementação de controlos mais rígidos depois de detectarem que sites populares de redes sociais tais como o MySpace, YouTube e Facebook estavam a ser usados para promover a anorexia. Ora a notícia do Portugal Diário foca-se quase exclusivamente na questão dos vídeos do YouTube, o que poderá justificar (?) as declarações - no meu ponto de vista algo ligeiras - da responsável da Associação Familiares e Amigos dos Anorécticos e Bolímicos (AFAAB). Por esta razão parece-me relevante aprofundar a notícia seguindo as fontes originais.

 

Segundo a notícia "Social websites like MySpace encourage anorexia, warn charities" do Daily Mail, estes sites estão a ser usados por raparigas anoréticas para se encorajarem mutuamente e promoverem uma "moda" bizarra que se refere a um papel modelo usado por pessoas (geralmente com distúrbios alimentares) para se inspirarem a perder peso, e que é mais comum na comunidade pró-anorexia. Em resultado disso, centenas de milhar de vídeos chocantes exibindo imagens de mulheres extremamente magras têm sido colocadas e vistos por adolescentes YouTube, um site de partilha de vídeos muito popular.

 

Segundo estas organizações não governamentais, os jovens estão também a tirar partido da popularidade das redes sociais como o Facebook para encorajarem outros jovens a não se alimentarem e para trocarem dicas sobre pílulas de emagrecimento. Alguns destes grupos no Facebook e no MySpace tem já um milhar de membros e usam como slogan frases como "Não se destina a pessoas que tentam recuperar. Isso estraga a nossa motivação".

 

As organizações referidas no início da notícia apelaram a este tipo para que monitorizem mais de perto e a controlarem este tipo de conteúdos, alegando que este tipo de vídeos e de informação não ajudam a promover a saúde e não ajudam as pessoas que procuram recuperar de distúrbios alimentares.

 

Segundo Susan Ringwood, uma da maior organização do Reino Unido neste domínio, "os distúrbios alimentares são uma doença mental séria, não uma moda, uma fase ou um acessório de moda. Também não são um estilo de vida e tudo o que possa enganar ou tentar persuadir um jovem vulnerável sobre isto, é potencialmente muito danoso". Esta responsável acrescentou ainda que "quanto mais cedo alguém obtiver a ajuda de que necessita, maior a probabilidade de se recuperarem totalmente". No entanto, alguns movimentos pro-anorexia procuram deliberadamente encorajar as pessoas a evitar o tratamento". Segundo esta reponsável, a sua organização procura "mudar a forma segundo a qual pensamos e falamos sobre os distúrbio alimentares e isso significa mostrar que podemos fornecer a aceitação e a compreensão, para que os grupos pro-anorexia não se tornem no único refúgio existente".

 

Na sua notícia "Social network sites are urged to ban ‘hardcore’ anorexia videos", o Times Online, fonte da notícia do Portugal Diário, inclui ainda dois depoimentos interessantes para percebermos este fenómeno: Um, de uma rapariga de 16 anos, que refere ter começado a ver regularmente este tipo de vídeos há cerca de uma ano; o outro, de uma jovem de 22 anos, que produz este tipo de vídeos.

 

Os sites pro-anorexia, onde adolescentes trocavam dicas e vêem vídeos como os referidos com imagens de raparigas extremamente magras, sempre existiram. No entanto, eram difíceis de encontrar e as pessoas que os frequentavam permaneciam anónimas. A preocupação desta tendência, e que me pareceu escapar à responsável da AFAAB, é que começam a surgir em sites populares alcançando uma audiência de dezenas de milhar de pessoas. A solução também não me parece que seja o banir este tipo de conteúdos como alegadamente pretendem os grupos anti-anorexia. A solução também não me parece que passe pela promoção de vídeos contrário a esta tendência começa a acontecer, até porque geralmente são produzidos por cidadãos que poderão não estar devidamente preparados para tratar estes assuntos. No meu ponto de vista, a solução poderá estar nas declarações de um porta-voz do MySpace: " Em vez de censurar estes grupos, estamos a trabalhar no sentido de criar parcerias com organizações que fornecem recursos e conselhos para pessoas que sofrem deste tipo de problemas e iremos visar estes grupos com mensagens de apoio". Mas conhecendo o ritmo de crescimentos das redes sociais, é bom que essas parcerias se façam depressa.

Crianças, Fast Food e Internet

Tito de Morais, 31.07.07
Em Outubro de 2005, no artigo "Segurança & Responsabilidade Social Empresarial", na sequência do anúncio de legislação europeia que visava proibir a publicidade a menores, manifestei alguns receios em ver migrar para a Internet aquele tipo de publicidade que já não seria permitida offline.

No passado dia 18 de Julho, sob o título, "Fast food brands hit kids online" a BBC parece dar-me razão. Segundo a BBC, estudos sugerem que as marcas de fast food - comida rápida ou comida de plástico, como preferirem - estão a contornar as leis que banem a promoção online de snacks não saudáveis. Segundo a BBC, as novas regras da Advertising Standards Authority proibem a publicidade - online ou offline - de alimentos fast food dirigida a crianças. No entanto, segundo a BBC, a publicação do sector - a New Media Age - alerta para o facto da publicidade das marcas de fast food visarem directamente as crianças nos seus sites, seja através de jogos, vídeos ou cartoons. A New Media Age acusa marcas tais como a McDonalds, Hubba Bubba, Kinder e Haribo de explorarem uma lacuna legal nas regras definidas pela Advertising Standards Authority.

Segundo declarações de Nic Howell, editor-chefe da New Media Age, à BBC, "as marcas podem estar a apegar-se à letra da lei, mas estão claramente a quebrar o espírito do código mais recente do Committee on Advertising Practice". Ainda segundo este responsável, "aparentemente alguns na indústria vão continuar a lutar até ao fim pelo seu direito à publicidade dirigida a crianças", quando tal já não é uma questão no que toca à televisão  e aos média impressos.

Uma porta-voz da McDonalds no Reino Unido referiu à BBC: "nós afirmamos claramente no nosso website que menores de 16 anos devem pedir permissão a um adulto antes de entrar no Kids Zone. Todavia, o ênfase de cada jogo é no divertimento em si em vez da escolha de menus que oferecemos". Por outro lado a Hariboo afirmou à BBC que se preocupou em "garantir que todo o seu marketing é conduzido de uma forma responsável", acrescentando que "nunca posicionamos os doces como algo mais que uma guloseima para ser consumida moderadamente como parte de uma dieta saudável".

A peça da BBC refere ainda um estudo efectuado junto de 3.000 crianças promovido pela Intuitive Media, segundo o qual 43% dos inquiridos afirmou ser mais provável comer um alimento ou um snack se o vissem anunciado online e 61% afirmou ter visitado sites de marcas de produtos alimentares. A BBC refere ainda que Robert Hart, Director Geral da Intuitive Media, pensa que os sites precisam de respeitar o Committee on Advertising Practice. "Apesar destas empresas poderem afirmar que os seus sites constituem conteúdos editoriais e não tanto comunicações de marketing, o facto das crianças serem mais propensas a consumir estes alimentos depois de os verem online faz com que esta linha divisória seja, no mínimo ambígua", acrescentou este responsável à BBC, apelando ainda à Advertising Standards Authority para que elimine esta lacuna que permite às marcas publicarem nos seus sites conteúdos editoriais que exploram esta lacuna. Por seu lado, a Advertising Standards Authority afirmou à BBC que compete à indústria chegar a acordo sobre um mecanismo para regular os conteúdos online.

Enquanto lia esta peça no site da BBC, recordei-me de algum debate que se fez sobre este tema em Portugal por ocasião do Código de Boas Práticas na Comunicação Comercial para Menores promovido em finais de 2005 pela APAN (Associação Portuguesa de Anunciantes) e que infelizmente já não se encontra disponível no respectivo website. No entanto, é ainda possível, consultar alguma da informação disponibilizada aos associados, a lista das entidades subscritoras e o discurso que, na circunstância, foi feito pelo Presidente da Direcção da APAN, Dr. Victor Centeno. Fica por fazer a análise comparativa entre os código britânico e português e o estudo dos índices de cumprimento dos sites dos subscritores do Código da APAN.

A terminar, seria também interessante, ter a perspectiva de entidades envolvidas neste tema, nomeadamente:
A terminar, aqui fica mais um recurso cuja visita pode interessar a quem despertei à atenção com este post:

Downloads Ilegais

Tito de Morais, 26.07.07

Na página inicial do site do Projecto MiudosSegurosNa.Net chamo à atenção para os riscos associados à violação dos direitos de autor resultantes "da cópia, partilha, adulteração ou pirataria de conteúdos protegidos pela lei, tais como programas de computador, textos, imagens, ficheiros de áudio e/ou vídeo, para fins particulares, comerciais ou de plágio em trabalhos escolares ou outros", podendo daí resultar "graves problemas de natureza jurídica e até financeira". Este é o que costumo denominar como o Quinto Cê. Escrevi sobre o assunto por diversas vezes, nomeadamente:

Um comunicado de imprensa distribuído dia 24 de Julho e relativo a uma operação inédita em Portugal no domínio do combate à pirataria, vem sublinhar esse alerta. A operação, uma acção conjunta da conjunta da Polícia Judiciária e da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), envolvendo "23 elementos de ambas a entidades" e "suportes de prova digital", "incidiu sobre a partilha ilegal de conteúdos através de programas P2P e diversos sites entre os quais o www.zetuga.com, www.zemula.org, e www.btuga.pt, através dos quais cerca de 200.000 utilizadores procediam à troca de material protegido por direitos de autor sem a devida autorização". Ainda segundo comunicado da PJ, "de entre os serviços disponibilizados, uns mediante pagamento, outros mediante a obrigação de partilha, os utilizadores dispunham e partilhavam filmes, música, programas informáticos, jogos, capas, legendas e outros aplicativos, através de um programa de partilha de ficheiros assente num protocolo denominado BitTorrent". O comunicado acrescenta ainda que "os gestores dos sites em questão, entres eles um elemento da PSP, foram constituídos arguidos e sujeitos a Termo de Identidade e Residência". Para além do acesso aos sites acima referidos ter sido bloqueado - e onde actualmente se pode ler "Site Encerrado por Medida Cautelar..." - foram feitas apreensões de valor elevado, "constituindo a operação um grande revés na reprodução e troca de contéudos protegidos por direitos de autor".

 

Um outro comunicado de imprensa conjunto distribuído pela Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) e pela Federação dos Editores de Vídeo (FEVIP), acrescenta que a operação acima referida resultou de duas queixas-crime apresentadas conjuntamente por estas entidades. Segundo esta fonte, "o Btuga.pt, desde há muito que vinha desenvolvendo um serviço de partilha ilegal de ficheiros que, de acordo com um estudo de 2005 da NetPanel, liderava o ranking nacional em relação ao número de horas dispendidas a navegar – 478 mil horas – e encontrava-se no terceiro lugar em relação ao número de páginas visitadas através

de ISP’s portugueses – com 12,5 milhões de visitas, logo atrás do msn.com e do Microsoft.com". Ainda segundo este comunicado, "de acordo com os últimos dados apresentados pelo próprio administrador do sistema, agora constituído arguido, encontravam-se registados no serviço Btuga 134.500 utilizadores activos" e o site "era visitado diariamente por cerca de 110.000 utilizadores, o que dá uma média de visitas anual na ordem dos 40 milhões".

 

Ambos os comunicados concluem referindo que "face à forma agressiva como a publicidade é feita para a utilização da largura de banda, a PJ e a ASAE recomendam aos pais e encarregados de educação que estejam atentos à utilização da Internet por parte dos educandos". No entanto, enquanto o comunicado da PJ termina de forma lacónica, "as investigações prosseguem", deixando a entender potenciais acções futuras, provavelmente em resultado da informação apurada da análise do material apreendido, o comunicado da AFP e da FEVIP conclui indo um pouco mais longe na pedagogia: "Recordamos a propósito que a AFP, há mais de um ano distribuiu 300.000 exemplares de um folheto intitulado Os Jovens, a Música e a Internet em colaboração com diversos hipermercados e cadeias de lojas de discos (disponível para download gratuito no endereço http://www.pro-music.com.pt)".

 

A propósito de pedagogia, aconselho ainda a consulta destes dois vídeos disponibilizados pela SIC, no serviço de partilha de vídeos do SAPO, sobretudo o segundo:

Relendo os artigos que refiro no início deste post, verifico que de 2003 para cá pouco ou nada se alterou. De facto, conclui o artigo Copyright: O Quinto Cê recomendado a leitura do guia Os Jovens, a Música e a Internet e aconselhando "downloads de músicas através de serviços que disponibilizem estes ficheiros de forma legal". Mas acrescentei também que "da parte da indústria, fico a aguardar mais acções educativas, uma aposta na inovação que lhe permita sobreviver e não o combate ao P2P". E que "da parte do IGAC, para além do combate à pirataria organizada, fico também a aguardar o anunciado concurso de design para crianças e jovens sobre a propriedade intelectual, a campanha nacional nas escolas do ensino básico e secundário sobre o download ilegal, a campanha na Internet, o seminário com especialistas nacionais e internacionais". Como os números desta operação indiciam, o download de conteúdos protegidos pelo direito de autor continuam. Da indústria, para além de spots na

televisão - que os jovens vêm cada vez menos - nada vi em termos de acções educativas. Apostas na inovação também não tenho visto, talvez por razões que o vídeo Download Ilegal é prática comum deixa antever. Os próprios sites referidos ao longo deste artigo, e o da Inspecção Geral de Actividades Culturais (IGAC), nada referem no domínio de acções educativas, à excepção do concurso de design. A campanha nacional nas escolas pode ter tido lugar, mas se assim foi, não se deu por ela. Tal como o seminário com especialistas nacionais e estrangeiros. Já sobre a campanha na Internet, recordo-me de ter visto alguma coisa.

 

Resumindo, com muita pena minha, a indústria continua a apostar no medo e na via repressiva para combater este fenómeno em vez de o fazer através inovação e da educação. E as autoridades acompanham a indústria. Quando ambos compreenderem que a inovação e a educação, mas sobretudo esta última, são a única forma eficaz de fazer face a este fenómeno, então estaremos a começar a tratar do problema. Então deixaremos de ouvir notícias como as que agora fizeram manchete na comunicação social tratar do problema. Entretanto, as famílias, as escolas e as comunidades continuam cada vez mais entregues a si próprias para fazer face a este fenómeno. E para a indústria, o tempo esgota-se. É que mudar mentalidades e comportamentos leva tempo. Esta é, assim, uma mudança que não se verifica de um momento para o outro. Mas que para acontecer, tem de começar pela mudança de mentalidades da indústria.